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quarta-feira, 11 de junho de 2008

1968: Um rito de passagem

Com uma linguagem envolvente que faz com que os leitores sejam enfeitiçados por uma história real de uma época de repressão e censura, o autor Zuenir Ventura nos leva a ver com outros olhos os acontecimentos do ano de 1968. Os fatos são descritos em forma de conto sobre transformações e tabus da sociedade naquela época. Com direito a uma edição especial, em dois livros, para a comemoração de 40 anos de um ano revolucionário, o livro pode ser lido por pessoas de qualquer faixa etária, uma historia que já nasceu pra tornar-se um clássico literário.

Várias revoluções tiveram inicio naquele ano, todos que se sentiam reprimidos pelo que acontecia mostraram sua indignação por meio de passeatas e protestos. Grande parte desses protestos era contra o poder político e a repressão que esse causava na população. Tendo sofrido com essa repressão, Zuenir nos mostra em primeira mão uma parte do que aconteceu por aqui. É fácil encontrar referências literárias, musicas e cinematográficas ao longo desse e dos anos seguintes capazes de mostrar como foi aquele ano, mas é somente através de um relato completo que podemos ver o que de fato se passou pela cabeça de quem sofreu com as mudanças daquele ano. Uma referência assim só é possível através da literatura, mesmo porque nos outros meios o que se tem é algo como um resumo de tudo.

Uma geração como a de 68, formada por livros, não poderia deixar de ter o seu próprio, e é isso que “1968: o ano que não terminou” se tornou. Com um começo que parece não se encaixar com o resto do livro, o autor já começa a prender a atenção do leitor para o que vai acontecer a seguir, outra forma que ele encontra de prender o leitor é citando vários nomes de conhecimento popular, afinal que nunca ouviu falar de Caetano Veloso ou Gilberto Gil, tudo isso misturado com um linguagem simples só poderia resultar em um livro lido por varias gerações de brasileiros e usado como referência quando se trata do ano de 1968. Mostrando também um pouco dos movimentos mais influentes, como Tropicália, ele deixa bem claro o objetivo dessa geração.

Mesmo que algo passe despercebido, até mesmo pelo fato da historia passar de forma natural, o leitor termina o livro com a sensação de saber muito mais do que no inicio. É perceptível a mudança que o acréscimo de alguns fatos sobre uma passagem importante da nossa história tem sobre o leitor, ele passa a ver com outros olhos algo que antes ele podia não entender direito porque aconteceu ou a razão de ter acontecido. Esse, dentre outros, é o principal motivo para se ter e ler um livro como este que, a princípio, pode parecer chato por não ser ficção ou até mesmo por falar da historia do país. Mas não ache que só ler esta obra prima da literatura brasileira vai ser suficiente para se ter uma boa visão do que ocorreu na ditadura, porque não é bem assim, muitas coisas aconteceram para que este se tornasse um ano tão importante, bem como suas consequências se tornaram importantes.


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